[iconbox title=”O que são as hiperoxalúrias primárias (HP)?” title_align=”left” content_align=”left” title_color=”#686868″ align=”left” type=”custom” icon=”/wp-content/uploads/2017/05/icon_o_que_e.png” icon_align_to=”title” size=”46″ ][/iconbox]
As hiperoxalúrias primárias (HP) são um grupo de doenças genéticas raras que levam à superprodução de oxalato no fígado.5 A forma mais grave de HP é a hiperoxalúria primária tipo 1, que representa aproximadamente 70% a 80% de todos os casos.2,5,6 As complicações da HP1 podem ser fatais.4 Frequentemente caracterizada por cálculos renais, a doença genética progressiva é causada por mutações no gene AGXT que tornam a enzima hepática alanina-glioxilato aminotransferase (AGT) disfuncional.5 Normalmente, a AGT converte o glioxilato, que é gerado por outra enzima hepática, a glicolato oxidase (GO).4,5
Estima-se que a HP1 afete 1-3:1.000.000 de indivíduos na Europa e nos Estados Unidos, com uma prevalência maior no Oriente Médio e na região norte da África.1,3-5
Os tipos de HP
Existem três tipos de hiperoxalúria primária: tipo 1 (HP1), tipo (HP2) e tipo (HP3), cada uma delas causada por um defeito numa enzima diferente.3 A HP1 frequentemente se apresenta com cálculos renais e é causada por um defeito na enzima alanina-glioxilato aminotransferase (AGT), específica do fígado.1,3 A AGT tem como função converter o glioxilato, gerado pela enzima hepática glicolato oxidase (GO), em glicina.2,3
[iconbox title=”O Diagnóstico” title_align=”left” content_align=”left” title_color=”#686868″ align=”left” type=”custom” icon=”/wp-content/uploads/2017/05/icon_causa.png” icon_align_to=”title” size=”46″ ][/iconbox]
Embora dados de prevalência sejam limitados, estima-se que aproximadamente 50% dos pacientes com HP1 podem não estar diagnosticados devido ao baixo índice de suspeição da doença.7 Estratégias para atenuar a doença podem diminuir os danos através da redução da formação de cálculo e deposição renal de cristais de oxalato de cálcio; isso ressalta a importância do diagnóstico e da intervenção precoces.3,8
Os testes para diagnosticar a HP1
Diagnosticar e manejar a hiperoxalúria primário tipo 1 (HP1) o quanto antes pode mitigar os danos.1-5 A avaliação do oxalato urinário e o teste genético são os métodos atuais para a descoberta da HP1.1,2
Teste de urina de 24h1,2,6
- Indicado para pacientes cujas condições ainda não progrediram para doença renal em estágio terminal (DRET);2
- Pode ajudar a aumentar a suspeita de HP1 através da medição de níveis elevados de oxalato, que é uma característica bioquímica da doença.1,2,6
Teste genético1,2,6
- Indicado para todos os pacientes a despeito do estado renal;2
- Pode estabelecer o diagnóstico de HP1 com alta sensibilidade e especificidade;7
- Se seu paciente tem um histórico familiar de HP1, o teste genético pode confirmar o diagnóstico.2,8
O teste genético para confirmar o diagnóstico de HP1 é recomendado pela Academia Americana de Urologia (AUA – American Urological Association) e pelo Consórcio Europeu de Hiperoxalúria OxalEurope.2,6
[iconbox title=”As manifestações clínicas da HP1” title_align=”left” content_align=”left” title_color=”#686868″ align=”left” type=”custom” icon=”/wp-content/uploads/2017/05/icon_sinais_e_sintomas.png” icon_align_to=”title” size=”46″ ][/iconbox]
Cálculos renais recorrentes num adulto, qualquer cálculo renal em crianças, nefrocalcinose, e insuficiência renal podem ser sinais de uma doença metabólica litiásica, como a hiperoxalúria primária tipo 1 (HP1).1 A HP1 é uma doença heterogênea.1,5 Em qualquer idade, os pacientes podem apresentar uma ou mais das seguintes manifestações:1,6
- Cálculo renal em crianças;1
- Urolitíase recorrente;5
- Histórico familiar de cálculos;3
- Nefrocalcinose;3,5,7
- Declínio progressivo da função renal de causa desconhecida, que comumente progride para doença renal em estágio terminal (DRET);3,5,7
- Déficit pôndero-estatural na infância;1
- Embora os cálculos renais sejam a manifestação clínica mais comum, pode haver pacientes com HP1 que não sejam formadores de cálculos.1.7
A HP1 em números
- 50% dos pacientes com HP1 podem não estar diagnosticados, embora dados de prevalência sejam limitados;10
- 5,5 anos é o tempo de atraso mediano em adultos entre o início das manifestações clínicas e o diagnóstico;15
- Até 70% dos diagnósticos em adultos ocorrem após a progressão para DRET.4,8,12-14
[iconbox title=”O Tratamento” title_align=”left” content_align=”left” title_color=”#686868″ align=”left” type=”custom” icon=”https://hub.conectasaude.com.br/wp-content/uploads/2017/05/icon_tratamento.png” icon_align_to=”title” size=”46″ ][/iconbox]
As estratégias para atenuar a doença podem diminuir os danos através da redução da formação de cálculos e da deposição renal de cristais de oxalato de cálcio, ressaltando a importância do diagnóstico e da intervenção precoces.1-3 As opções para o manejo clínico objetivam retardar o declínio progressivo da função renal por meio da atenuação da deposição de cristais de oxalato de cálcio e da formação de cálculo.2,4,5
Hiperidratação:2
- Ingestão hídrica diária recomendada: mais de 2-3 L/m2 de superfície de área corpórea;2
- Sonda de gastrostomia pode ser necessária para garantir urina constantemente diluída em lactantes ;2
- Terapia com altas doses de piridoxina (vitamina B6) e inibidores da cristalização do oxalato de cálcio, tais como citrato alcalino;4-6
- Muito poucos pacientes com HP1 respondem completamente à vitamina B6 e um subgrupo de pacientes demonstra uma resposta parcial, embora os dados sejam limitados, com apenas 1 estudo prospectivo publicado até o momento (n=12).4-6
O transplante hepático na resolução do defeito metabólico subjacente5
O transplante hepático aborda o defeito que causa a conversão do glioxilato – um composto orgânico gerado pela enzima GO – em oxalato.5 Este procedimento possui morbidade e mortalidade significativas.2,4,5 Com o declínio da função renal, um transplante renal pode ser necessário juntamente com um transplante hepático.4,5 Embora eficaz em bloquear a superprodução de oxalato, existem complicações clínicas significativas associadas ao transplante, incluindo trombose de veia renal, funcionamento tardio e rejeição do enxerto.11
Uma taxa de sobrevida de 67 % em cinco anos foi relatada para pacientes com HP1 que foram submetidos a transplante duplo fígado-rim, e de 45 % para aqueles que têm condições agravadas com oxalose sistêmica.12,13 As crianças com HP1 que receberam um transplante duplo fígado-rim tiveram uma taxa de sobrevida em um ano de 89%.14 A sobrevida em cinco anos para crianças com HP1 é estimada em 75% após transplante fígado-rim.15 Depois do transplante duplo fígado-rim, os depósitos de oxalato podem, eventualmente, diminuir.4,12
As pesquisas em andamento
Devido à natureza progressiva, o diagnóstico e manejo precoces são cruciais na HP1.4,17
[iconbox title=”Organizações Profissionais e de Apoio” title_align=”left” content_align=”left” title_color=”#686868″ align=”left” type=”custom” icon=”https://hub.conectasaude.com.br/wp-content/uploads/2017/05/icon_que_especialista_procurar.png” icon_align_to=”title” size=”46″ ][/iconbox]
- Sociedade Brasileira de Urologia – https://portaldaurologia.org.br/medicos/
- Sociedade Brasileira de Nefrologia – https://www.sbn.org.br/
- Fundação Pro-Renal – https://www.pro-renal.org.br/
- Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante – https://www.abcdt.org.br/