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Hormônio do crescimento em excesso pode ser sinal de doença rara

Altos níveis de somatotropina na fase adulta podem gerar complicações estéticas e dores

Por Beatriz Simonelli

Muitas vezes confundida com sintomas da menopausa nas mulheres, de difícil diagnóstico e caracterizada por atingir pessoas entre os 30 e 50 anos, a acromegalia é uma doença rara provocada pelo hormônio do crescimento em excesso, chamado de somatotripina. A doença ocorre na fase adulta, os sintomas aparecem gradualmente e vão desde dores articulares e suor excessivo, a alterações nas feições faciais, pele, dentes e voz.

O diagnóstico é mais difícil para as mulheres, já que os sintomas da doença aparecem no mesmo período da menopausa e no organismo feminino incluem dores nas juntas, dores de cabeça, cansaço, pressão alta, problemas no coração e mau humor.

Produzida pela hipófise, uma glândula endócrina tão pequena quanto uma ervilha e responsável por controlar a função das glândulas da tireoide e adrenal, a somatotropina é conhecida como o hormônio do crescimento, que pode ser bastante perigoso quando encontrado em níveis altos no organismo.

“A acromegalia pode afetar as pessoas de formas diferentes. Ao longo do tempo, as mudanças físicas vão ficando mais evidentes, como por exemplo: um anel que não serve mais, sapatos mais apertados, alteração na aparência física… Mesmo assim, mudanças drásticas só são percebidas quando o quadro já está avançado, pois outros sintomas são facilmente tidos como parte normal do envelhecimento”, explica o Dr. André Mello, Gerente Médico da Endocrinologia e Oncologia da Ipsen.

Causas

De acordo com a World Alliance of Pituitary Organizations (Aliança Mundial de Organizações Pituitárias), um tumor benigno não canceroso na hipófise chamado adenoma é a principal causa de acromegalia, ocorrendo em 98% dos casos. Esse tumor produz o hormônio do crescimento, o que leva a uma alta nos níveis de somatotropina no sangue. Por sua vez, a alta desse nível faz com que o fígado produza o fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1 – IGF-1 (uma proteína produzida no fígado em resposta ao hormônio de crescimento).

“Muito IGF-1 no sangue leva a um aumento anormal de ossos e tecidos, podendo causar também uma resistência à insulina, causando o diabetes. Embora estudos genéticos estejam em andamento, a maioria dos casos de acromegalia não são herdados e nós ainda não sabemos exatamente o que desencadeia um adenoma”, complementa.

Diagnóstico e tratamento

A maior parte dos sintomas da acromegalia são comuns a outras doenças e, por essa razão, o diagnóstico correto pode levar bastante tempo.

“Uma vez diagnosticado, os tratamentos podem variar entre cirurgia para remoção do adenoma de hipófise, medicamentos capazes de inibir a produção excessiva de hormônios no organismo, aliviando os principais sintomas da doença. Além disso, há também a possibilidade de terapia com radiação ou uma combinação entre os três citados”, finaliza o médico.

Para encontrar associações de pacientes de acromegalia pelo Brasil, clique aqui.

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